UM PARTIDO PARTIDO
À falta de ideia melhor, a capitania Ferro Rodrigues escolheu Sousa Franco para encabeçar a lista dos candidatos socialistas à tachada europeia. O que não deixa de ser, mais uma vez, sintomático do atabalhoamento ideológico do maior clã partidário da Oposição.
O Expresso, que hoje cataloga Sousa Franco na coluna dos "Altos...", explana parte do currículo da (agora) nobiliárquica personalidade do Largo do Rato. Depois de, "entre o Golpe das Caldas e o 25 de Abril", ter almoçado "com Marcello Caetano no Forte de Oeiras" (DNa, 27/02), Sousa Franco presidiu ao PSD no estertor dos anos 70, foi presidente do Tribunal de Contas nos primeiros anos da boliqueimocracia e semeou o matagal despesista enquanto ministro das Finanças do Executivo Guterres.
A entrevista ao suplemento DNa, publicada ontem, é, em matéria de coerência, um tratado para as gerações vindouras de vira-casacas e especialistas no trapézio.
Pós-25 de Abril
"Fui namorado por amigos que estavam no PS, amigos que estavam no PSD e amigos que estavam no CDS. E o facto é que inscrevi-me no PSD em Setembro de 74. O PS já tinha um programa, aprovado em Bad Munstereifel. Li-o e era um programa à esquerda do programa do PC. Os meus amigos que estavam lá não eram, mas o programa era".
"Bom, mas é verdade que estive ali em Santa Catarina em reuniões de fundadores do CDS, como é verdade que estive em reuniões no Rato, quando o PSD ainda estava no Rato, antes de ir para a Duque de Loulé. Mesmo antes de ser militante, contribuí com textos escritos para o programa que foi aprovado no Pavilhão dos Desportos, em Novembro de 74. Porque é que eu não assinei o programa do CDS, sendo certo que também contribuí para a Declaração de Princípios – a que ainda hoje não tenho qualquer objecção? Porque nas reuniões preparatórias, o Diogo Freitas do Amaral e o Adelino Amaro da Costa pensavam muito como eu, mas estavam acompanhados por pessoas muito mais à direita. Eu estava socialmente um pouco à esquerda deles. No sentido económico, eles eram mais liberais".
Arriscar-me-ia a afirmar que a escolha de Sousa Franco para as europeias é quase tão brilhante como a opção por António José Seguro – essa sumidade académica - para a liderança da bancada parlamentar do PS...
Não há mezinha diplomática que resolva a gangrena norte-coreana. Mas os inquilinos neoconservadores da Casa Branca e do Pentágono sabem que não podem ir ao Conselho de Segurança da ONU soltar os mesmos cacarejos de garnizé que resultaram na resolução que permitiu pulverizar Hussein, o Leão da Babilónia. Porque o potentado Kim Jong-Il esbanja em armamento e operacionais o que poupa em alimentos para uma população famélica.
O líder da bancada social-democrata foi à arrecadação buscar a caixa de engraxador e desatou a polir o calçado dos "presidenciáveis", arrebanhando até o monarca madeirense - o único jogral da nação que secundou abertamente o presidente da Câmara Municipal de Lisboa na coutada de Belém. Diga Lá Excelência, exortaram o Público e a Rádio Renascença. E Guilherme Silva disse...
Habituei-me a sorver com avidez a prosa do Pedro Lomba no
Observar o rosto de Morais Sarmento à hora da refeição tem contra-indicações. Disso já eu estava ciente. Mas ouvi-lo, em directo a partir do alfobre onde se reuniu a Comissão Política social-democrata, a brandir "sinais de retoma" é pior que encaixar uma marretada no estômago.
Decidi reler Bush Em Guerra, de Bob Woodward. Por causa da história principal da última edição da Newsweek, que, na capa, distribui em quadrados parcimoniosos os rostos decididos de Bush, Rumsfeld, Rice, Tenet & Cia. Título: Estávamos Todos Errados.
"Eu sou paternalista. Não há dúvida que os povos do Sul são menos desenvolvidos. O paternalismo não é crime nenhum, é o que está certo nos planos dos povos e da família".
